segunda-feira, 9 de junho de 2008

Dominado pela droga - Parte 2 - O aniversário

Quinze de novembro
Ele entrou,
Pediu um guaraná,
Talvez fosse o último,
Não podia imaginar.
Chegou de mansinho,
Com cara de anjinho.
Subiu as escadas,
Estava assustado
Quando viu os caras
Quase pulou para trás!
Ainda pediu misericórdia
Mas era tarde.
Foi agarrado pela gola
Tirado da casa
Aos chutes ele desmaia
Tão novinho, coitado!
Não podiam imaginar
Algo de errado
Com certeza está no ar.
Morrer desse jeito
Isso não é normal.
As senhoras ao vê-lo
Só comentavam esses ensejos.
Foi levado para rua
Espancado, pisoteado
Oito tiros na cabeça
Estirado na sarjeta.
A multidão acumulando
Todo mundo só olhando e comentando.
A madrugada chegou
A chuva entornou.
Sua mãe sabe-se lá!
Talvez dormindo
Sonhando com anjinhos,
Sem saber onde anda seu querido filhinho.
A polícia chegou,
No camburão o jogou,
Foi pro I-M-L
Esperar o reconhecimento,
Que a família procure
O menino que não voltou para casa.

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