domingo, 25 de janeiro de 2009

O Grande Clássico

Mas enfim, o espetáculo...

Não havia nada igual a assistir um clássico do Corinthians. A corrente da nossa torcida era muito forte, da bateria da Gaviões sempre havia alguns na arquibancada fazendo aquele barulho organizado. Num ônibus iam as bandeiras gigantes que ao chegar na arquibancada faziam o símbolo da Gaviões ter dimensões gigantescas. Entre os hinos, a chegada de cada jogador era a glória da torcida. Nesse ano os jogadores eram muito aclamados, e um grande coro gritava...

- Eô, eô, o Viola é um terror!
-Uh! Marcelinho!, Uh! Marcelinho!
- Ronaldooooooooo! – Esse era o goleiro.
Os puxadores gritavam as frases e a torcida em massa repetia:
- Corintiano, maloqueiro e sofredor! Graças a Deus!
- Eô, eô, o Corinthians é o terror!
- Pacaembu ela domina,
Morumbi ela destrói,
No Rio ela arregaça,
Qualquer um que ela encontra,
Não tenho medo de morrer,
Eu dou porrada pra valer,
Eu amo essa torcida,
E o nome dela eu vou dizer
Como é que é?
Ga-vi-ões Fiel!
Timão, e ô! Timão, e ô!

- Eu tenho a força, sou o invencível, somos amigos e juntos venceremos a corrente do mal, laralalalalala Corinthians! Laralalalalala Timão!
Todos batendo com a palma das mãos ritmos para vários versinhos que irritavam a outra torcida.
Nossa! Como eu pirava, leitor!
No meio daquela torcida gigante, a maior de São Paulo, a energia do estádio era tão forte que às vezes eu sentia aquele arrepio por todo o corpo. Quando algum jogador se aproximava e quase fazia um gol, a torcida junta gritava...
- Uuuuuuuuuuuuuhhhh!
De repente vinha um...
- Oooooolaaaaaaaaa...
E quando o Marcelinho Carioca fazia do campo um palco e dava um show de dribles, a torcida gritava...
- Oléeeeeeeee!

Quando o Palmeiras começava a apavorar, a torcida já preparava um sai zica, com as mãos, todos juntos com o único pensamento!
- Erra o gol, filha-da-puta!
São Jorge é o padroeiro do Corinthians, por isso alguns levavam até o santo para dar uma forcinha; e de repente...
- Goooooooooooooooooooooooooool, é do Viola!
O Viola imitou um porco após o gol e a torcida foi à loucura!
- Chora, porco imundo! Quem tem Viola não precisa de Edmundo!
- Pórópópópópópópó, Pórópópópópópópó!
- Pluft, plaft, zum, o Coringão já fodeu mais um!
Nessa partida ganhamos de 1 a 0, mas a taça do campeonato foi do Palmeiras. O título era o de Campeão Paulista de 1994.
Mas esse jogo ficou na minha história.
A volta para casa foi mais tranqüila, os soldados já estavam relaxados!!
***

Porcos e galinhas pretas

O bairro tinha um grande número de corintianos. Quando havia jogos, e a maioria não podia ir até o estádio, a rua virava uma grande festa. Todos com as camisas preto e branco, algumas ilustradas com o gavião, grande símbolo da torcida. Depois que o jogo começava, eram exclamações ouvidas ao longe...
- Uhhhhh!!
-Ahhhhhh!

Os fogos também começavam antes da partida, e quando o time começava a perder, as paredes eram abaladas com os pulos e murros que os vizinhos davam. Quanta gente não passava mal, e às vezes iam parar no hospital antes de o jogo acabar. O fanatismo era repassado dos mais velhos para os recém-nascidos, que às vezes já saíam do hospital com a camisa do timão!

Não me lembro quando comecei a ser corintiano, acho que também fui influenciado pelos amigos do bairro que convidavam para assistir às partidas, já que o momento era sagrado e qualquer coisa devia ser interrompida se fosse feita na hora do jogo. Mas o grande sonho era ir ao Pacaembu e ver de perto uma grande vitória do Coringão.
Foi exatamente assim que participei de uma grande aventura, que na ocasião foi o maior sufoco da minha vida...

Podíamos comprar os ingressos tanto na quadra da Gaviões, como no estádio. Nesse dia resolvi comprar o ingresso na quadra, para facilitar, afinal Corinthians e Palmeiras jogando é um clássico, e não podia correr o risco de ficar sem ingresso, ou ter que comprar por preços absurdos dos cambistas na hora.

O dia prometia fazer um grande calor, o Sol já pintava sua cara as sete da manhã. A turma do bairro combinou de se reunir ao meio-dia no ponto final do Jardim Irene. Lá pegaríamos o Terminal Bandeira até o túnel da Nove de Julho e subiríamos a pé para a Paulista, até o Estádio Paulo Machado de Carvalho, o velho Pacaembu.

A partida só começaria às 16 horas, mas como também já sabíamos o que encontraríamos no caminho, o jeito era se antecipar. Caso houvesse imprevistos, ainda teríamos tempo de assistir ao jogo.
Uma galera uniformizada botava banca no busão, alguns com calça, camisa e jaqueta da torcida Fiel. O grupo era de umas 25 pessoas, que durante o percurso do ônibus foi aumentando para umas 70, todas com o mesmo destino, e nessa animação começavam os hinos em grande coro...

Salve o Corinthians
O campeão dos campeões
Eternamente
Dentro dos nossos corações
Salve o Corinthians
De tradições e glorias mil
Eo eo
Tu és orgulho
Dos desportistas do Brasil

A turma batia palma, batia o pé, gritava, todos numa alegria só.
A tristeza nesses dias de clássico era só dos motoristas e cobradores de ônibus. Acho que muitos se pudessem, escolheriam tirar folga nesse dia. Muitas torcidas depredavam o ônibus, e faziam uma zona sem tamanho, deixando os caras nos nervos!

A sorte era que podíamos sair do bairro, porque se dependesse de um ônibus parar nas estradas para a torcida, ninguém chegaria ao estádio.
Depois era descer e começar a caminhada; as torcidas iam se encontrando quanto mais se aproximavam do Pacaembu, as minas se maquiavam, passavam perfume, eram o toque bonito daquele grupo de malucos e malandros. Chegava um ponto que não dava para definir quem era quem, eram todos corintianos e ponto.

Nesse dia a sorte começou pro nosso lado, afinal o ônibus não foi parado pela polícia no começo. Numa outra partida em que isso aconteceu, os coxinhas deram sinal para o motorista parar quando viram os manos dependurados nas portas e janelas. Ao subir, fizeram todos que estavam vestidos com a camisa da torcida descerem. A Nay, a Jana e a Alessandra se livraram nesse dia, pois suas carinhas de moças comportadas (após fecharem o blusão e esconderem a camisa também, é claro) não levantaram suspeitas. Passaram como passageiras normais. Enquanto elas conseguiram ver o jogo, o resto dos manos ficaram de castigo por um bom tempo, depois de levar alguns tapas. Os que tinham drogas, ou algum tipo de arma, foram dali direto para a delegacia mais próxima. Os outros só perderiam o começo ou a partida inteira, era o presente oferecido pelos coxinhas FDPs.

Hoje lembrando, dou risada, mas naquele dia achei que ia morrer. Após descer no ponto do túnel, todos andavam em festa, quando avistamos um ônibus sanfona lotado com palmeirenses, armados com paus e pedras, espremendo-se pelas janelas. E o Aragon gritou:

- Olha os porcos!!!
Enquanto eles gritavam:
- Vamu pegar as galinha preta!!!
Nesse momento eu pensei:
- Morri!
E já comecei a rezar e pedir desculpas por todas as coisas de errado que tinha feito na vida, e que Deus me recebesse de portas abertas sem mágoas pelas blasfêmias que um dia já devia ter dito!

Todos começaram a correr, quando as torcidas se encontravam não tinha jeito, era briga na certa. Muitos já vão com este intuito, o lema da briga vem em primeiro lugar e o jogo é só uma oportunidade. Honrar a camisa era a desculpa para quebrar a torcida rival, e não tinha jeito, fosse são paulino, santista, a guerra ia ser a mesma. Mas o foda é que a sede da Mancha Verde ficava no fim da avenida Paulista, e isso queria dizer que o perigo era dobrado em dia de Pacaembu.

Havia a galera da Mancha Verde, a torcida Jovem do Santos, a torcida Independente do São Paulo e a Dragões da Real. E do Corinthians, as torcidas uniformizadas Camisa 12, Pavilhão 9, Gaviões da Fiel. Eram turmas chapa-quente, por isso (anos depois) inventaram uma norma que em dias de clássicos, essas torcidas tinham que seguir rotas diferentes para chegar ao estádio. E agora nem podem usar a camisa da torcida dentro dos estádios, para não facilitar um conflito que já deu em morte tantas vezes.
Booommmm!!
Eram as bombas, e tiros que a porcada soltava em cima da gente para apavorar. Agora era cada um por si e Deus por todos. Os manos até tentavam proteger as minas, eles se preocupavam com a fragilidade das moças. Se fossem pegas por um revoltado rival, Deus sabe o que podia acontecer. Um mano com certeza seria espancado até ficar roxo, eles não perdoam mesmo, o jeito era tentar andar em grupinhos de pelo menos quatro!

Primeiro pulei por cima de um muro na entrada de um edifício ainda na Nove de Julho. Quando deram uma trégua, subi a rua Peixoto Gomide, tão rápido, que o ligeirinho ficaria no chinelo, cheguei na Paulista sem fôlego e sem cor, tirei a camisa para não piorar a situação, mas quando os policiais pegaram a galera, não teve perdão. Corintianos e palmeirenses viraram somente torcedores e vândalos!
- Os homi chegaram!
- Mão na cabeça, desce todo mundo! Agora!
Respeito é zero, eles nunca acreditavam que no meio daquela bagunça pudesse haver pessoas que merecessem alguma consideração.
- Paredão, todo mundo!

A cavalaria quando chegava botava banca, com uniformes pretos, cavalos gigantes, todos armados. Dava um medo de arrepiar o último fio de cabelo, fazendo todo mundo correr e se alinhar para, segundo eles, organizar a bagunça e evitar mortes!
Foi bom a chegada dos coxinhas, se olharmos pelo lado do massacre que seria se fossemos pegos, pois a turma dos porcos era o dobro da nossa, porém, se contar pelo lado das humilhações, a coisa também foi muito feia. Os PMs bateram com cassetetes e emparedaram a turma por horas, fazendo revistas e apreensão de drogas e armas. Metade da galera chegou no Pacaembu no começo do segundo tempo, sujos de lama e com roxos pelo corpo todo.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Na cova dos leões

Clarice Lispector escreveu

"Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes… tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer:
- E daí? Eu adoro voar!"

Raquel Voou!

Raquel na cova dos Leões

Raquel está saindo com Big-Joe, um malandrão da área que lhe dá jóias, roupas caras, sapatos de grife, e tudo mais que ela pede. Ela sabe de todos os rolos em que ele se mete, roubos, mortes e tantas coisas que destruirá sua vida, afinal, está se tornando um arquivo vivo, e pior, acha tudo isso lindo e ainda acredita estar vivendo um conto de fadas.

Raquel está em perigo, envenenada pela cobiça e ganância por um mundo que não a pertence, não sabe que a morte se aproxima.

Na área todos conhecem a vida de todos, nada fica escondido por muito tempo. Muito me indigna a falta de capacidade de enxergar o óbvio que a maioria dos jovens de minha geração possui. Se entregam facilmente, nem mesmo tentam lutar. Muitas vezes, concordo que é mais fácil se entregar às facilidades da vida bandida, mas o que seria das grandes descobertas se não fossem difíceis de se conquistar ou encontrar em lugares longínquos? Oras, nem seriam descobertas!

Raquel, na pretensão de seus 15 anos, ganhou mais um presentinho de seu “amor” Big-Joe. Uma pequena extravagância para a agridoce esmeralda, um Escort conversível vermelho, comprado com dinheiro de drogas. Ela nem mesmo tinha idade para dirigir, mas o que importa isso, Big-Joe vai ensiná-la a dirigir, ela é tão inteligente e aprende rápido, e depois, no bairro não há nenhum policial para prendê-la sem carteira de motorista. Sendo assim, desfila em seu conversível vermelho, e com o brilho das jóias roubadas, tornou-se muito conhecida nas redondezas, afinal, agora era a mulher do Big-Joe! Quem se atreveria a tocar em um fio de seu cabelo?
Aqui jaz Felipe de Souza Bicudo, morto aos 16 anos!

Felipe foi mais um que mexeu com a mulher errada. Casos como estes, acreditem, se tornaram comuns na quebrada, por isso todos já estão avisados como será o fim trágico de quem mexe com mulher de bandido.

Tive muita sorte quando beijei Raquel pela primeira vez. Foi mesmo o porre que tomei, como diria a minha mãe, a mão de Deus pairou sobre mim, mas vi a vovó pela greta! Acho que o cara da época não era tão perigoso ainda!

Aqui no lado sul cada um faz sua história, traça ela como bem entende desde pequeno, mas como nos trabalhos da escola em que utilizávamos régua e alguém encostava entortando o traço, assim é nossa vida: nem tudo sai como desejamos!
Raquel é menina bonita, sempre teve o que quis, filha única paparicada como uma princesa. Lembro que, quando menino, usava Kichute...
Quem não lembra dos velhos Kichutes do Rambo, toda a galera da favela tinha um; a Conga era para ir à escola, muita gente tinha uma também, assim como o tênis Bamba, que era baratinho.
Raquel sempre tinha, ou melhor, sempre queria o tênis com cheiro de tutti-fruti cor de rosa, depois saía desfilando, tirando sarro das outras meninas que usavam Conga. Era um pedaço de gente andando pelas ruas mostrando seu tênis especial. Bem se vê como os seres humanos são moldados de pequenos pelos pais e alguns pelos professores do primário. Minha mãe sempre diz que algumas pessoas já nascem com sangue ruim, com a sombra do capeta guiando o caminho e espetando o garfo para executar as artimanhas do demo.

São engraçadas essas palavras, concorda comigo, leitor? São superstições dos antigos, teorias para comprovar todos os acontecimentos estranhos, aliás, o que minha mãe tem de superstições, não está escrito; cada história de fantasmas, bruxas, espíritos mal intencionados e coisas que aconteceram na cidade dela. É de arrepiar os cabelos, mas não convém contar agora, deixa para uma próxima.
***

A história da Águia

A bela águia que sobrevoa nosso horizonte é capaz de dar uma das melhores lições de vida.
Uma águia é capaz de sobreviver em média 70 anos, mas depois dos 40 já está cansada, com as asas velhas quase sem conseguir voar, as unhas fracas para se agarrar, o bico quebrado pelos apuros e precisões que já passou ao longo de sua vida. Então ela tem duas opções: encostar-se ao alto de uma montanha, ficar quietinha e já sem forças nas asas para voar e procurar comida, esperar a morte lhe devorar pouco a pouco, ou, com o bico frágil, arrancar todas as penas de seu corpo para renascer nova penugem, depois arrancar as garras para que sejam reconstituídas e por fim, o último e mais doloroso, destruir o bico.
É preciso muita coragem, quebrá-lo todo contra uma rocha e esperar que nasça novamente. E depois de toda a jornada, libertada do corpo velho e cansado, poder voar com toda a força e vontade de uma ave que renasceu.

A águia quis renascer para ter ainda mais o gosto da liberdade em sua vida. Padeceu num calvário superando a dor com uma grande coragem encontrada somente em grandes sábios.

Essa lição eu aprendi em uma palestra que um maluco deu no Tenente sobre a coragem que nós da periferia deveríamos ter para superar as fraquezas e conseguir crescer na vida.

E tu Raquel, que és covarde e não ama a liberdade?

Loucura do mundo moderno

Somos todos loucos e apesar do tempo não queremos deixar de ser loucos em uma geração que não dá motivo para ser normal, disse Bob Marley em uma indagação sobre o mesmo assunto que hoje tento refletir. Já outro amigo que não conheci pessoalmente também, o Malcon X, disse que era um louco num mundo onde os normais constroem bombas atômicas! Estou com vocês, caríssimos sábios de seus próprios mundos.

“Nasce o sol e não dura mais que um dia, depois Dalva, se segue à noite escura, em tristes sombras, morre a formosura, em continuas tristezas à alegria”.
Alguém escreveu, mas não sei quem, encontrei rabiscado em minha carteira escolar um dia desses...

Raquel, Raquel, por que sois tão cruel, malvada erva que toma conta de meu ser. É improvável ter uma noite inteira sem que teus belos olhos povoem meus sonhos, bela esmeralda ambiciosa. Tens teu futuro escrito por tuas mãos em folha carvão marcado com sangue.
As águas que correm no tempo deixam pequenos rastros, mas você linda deusa, não enxerga que cairá num precipício se continuar em direção ao longe.

Você me pergunta pela minha paixão

Na inocência de um gesto, todos se tornam diferentes e impossibilitados de serem penetrados pela maldade.
Os dias passam voando, o tempo é inacreditável, quando era criança jamais senti tanta rapidez nos anos. Não consigo compreender o que acontece com ele. O tempo e o sentimento, os dois são difíceis de compreender. Nunca me deram uma boa explicação, talvez porque a chave desse conhecimento ninguém encontrou ainda.
As lágrimas escorrem de meus olhos de tempos em tempos, por causa de meus sentimentos, algo que não sei explicar, que se espreme dentro de mim, muitas vezes sem razão aparente. O tempo em minha cabeça se mistura com o passado, o presente, o futuro, o espaço, algo incógnito, interrogações para Cassiano quebrar a cabeça!Falei difícil de novo, hein?!


“Você me pergunta pela minha paixão,
Digo que estou encantado como uma nova invenção,
Eu vou ficar nessa cidade, não vou voltar pro sertão, Eu vejo vir vindo no vento o cheiro da nova estação.
Eu sei de tudo na ferida viva do meu coração.
Já faz tempo eu vi você na rua,
Cabelo ao vento, gente jovem reunida.
Na parede da memória, essa lembrança é o quadro que dói mais.
Minha dor é perceber, que apesar de termos feitos tudo o que fizemos,
Ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais.
Nossos ídolos ainda são os mesmos, e as aparências não enganam.
Você diz que depois deles
Não apareceu mais ninguém.
Você pode até dizer que eu tô por fora, ou então que eu tô inventando.
Mas é você que ama o passado e que não vê que o novo sempre vem.
Hoje eu sei que quem me deu a idéia de uma nova consciência e juventude
Tá em casa guardado por Deus contando o vil metal.
Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo o que fizemos, nós ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais.”

Elis Regina cantou esses versos

Sábias palavras, amiga que não tive. Apesar de tanto tempo, ainda somos os mesmos.