sexta-feira, 23 de outubro de 2009

A vizinha

Hoje faço aniversário, e de presente recebi uma nova vizinha. A princesa chama-se Maria e sua rainha Claudete. Quando o caminhão de mudanças chegou foi uma alegria só, era uma vizinhança que recepcionava bem os novos moradores, apesar dos pesares. O caminhão foi aberto e algumas pessoas ajudaram a descarregar e mobiliar a casa alugada. Maria tinha uns 17 anos, com seu cachorrinho no colo, um vira-lata cor de pele, de rabo fino e cara de bobo; bem simpático, até! Não eram muitos móveis, mas aquela família trazia nos olhos uma grande bagagem.
Os olhos são as janelas da alma, quem consegue penetrar um olhar pode ter as palavras certas na ponta da língua, o que evita muitos erros posteriores. Decifrar um olhar vale tanto quanto uma jóia rara, ainda mais, talvez, porque isso o dinheiro também não compra. Nos olhos estão a melhor proposta de negócio, o desejo do próximo, a inveja, o ódio, e o amor. O brilho nos olhos é único em cada pessoa, pena que muitos não dêem valor a esse minucioso detalhe.
Maria tem um irmão chamado Fernando, esse era a figura mais estranha da família, tava na cara que era um viciado em drogas. Tudo de bom que Maria transmitia, da meiguice à tranqüilidade, o maluco transmitia de ruim.

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